domingo

A ORDEM PÚBLICA


“ (…) não tem sido alterado, felizmente a ordem pública nesta cidade.”
Neste artigo é referido que a ordem observada é devida ao povo e ao Sr. Dr. Eduardo de Almeida – administrador do concelho de Guimarães – “que por todas as formas tem procurado demonstrar que não estamos num regimem anarchico, mas num regimem, que para se consolidar, precisa de manter a ordem social e o respeito por todos os cidadãos”.
(In O Regenerador, n.º 99, 2.º ano, semanário, Guimarães, 14 de Outubro de 1910)

Commemorando o 1º anniversario da republica houve na 5ªfeira manifestações de regosijo, constando de fogo e música, de um bodo de 500 pobres, sessão solenne na Câmara Municipal onde usaram da palavra os snrs. Teixeira d’Abreu, digno presidente da Commissão Municipal e Drs. Alfredo Pimenta e Eduardo de Almeida.
À noite organizou-se uma marcha “aux flambeaux” em que tomou parte o regimento d’infantaria 20, respectiva banda, populares e philarmonica “Bôa-União”.
(In Imparcial, n.º 282, 7.º ano, semanário, Guimarães, 6 de Outubro de 1911)

FESTAS CÍVICAS - RECONHECIMENTO DA BANDEIRA NACIONAL


Realizou-se ao meio dia da passada 5ª feira no salão nobre da Sociedade Martins Sarmento a sessão solene em honra da nova Bandeira Portugueza (…). A banda regimental tocou o hynno nacional – A Portugueza – que foi applaudido vivamente pelo povo que o escutava.

(In A Alvorada, n.º 2, 1.º ano, semanário, Guimarães, 3 de Dezembro de 1910)

AS REPERCUSSÕES EM GUIMARÃES DA INSTAURAÇÃO DA REPÚBLICA, EM 5 DE OUTUBRO DE 1910, FORAM NOTIFICADAS DO MODO QUE SE SEGUEM PELA DIVERSA IMPRENSA VIMARANENSE E PELO JORNAL DE NOTÍCIAS (PORTO)

 
Proclamação da República
(…) Ao meio dia chegou ao Largo da Oliveira uma força de infantaria 20, commandada pelo snr. Capitão António Infante.
À meia hora chegou a commissão republicana acompanhada de 2 bandas de música e algum povo.
(…) O snr. Dr. Eduardo Almeida digno administrador do concelho, fez a proclamação da varanda do edifício da câmara, içando em seguida a bandeira republicana e levantando vivas à república e à pátria. A força fez a continência e as bandas tocaram a Portugueza.
(…) Assistiram as auctoridades civis e militares e algum povo. Dahi marchou a commissão para o quartel de infantaria 20, onde foi içada a nova Bandeira.
(In O Regenerador, n.º 99, 2.º ano, semanário, Guimarães, 14 de Outubro de 1910)

Ao povo de Guimarães
Ao encetarmos a nossa carreira, as nossas primeiras palavras são de saudações à cidade de Guimarães e ao Director do Partido Republicano Português (…).
A Velha Guarda representa os republicanos antigos da cidade de Guimarães. Representa os que nunca tiveram medo, os que nunca se esconderam, os que soffreram e luctaram quando a República era considerada uim mytho em todo o país e muito mais nesta cidade onde o reaccionarismo infelizmente tem imperado sempre. Representa os Republicanos que já o eram antes da data gloriosa de 5 de Outubro (…).
(In A Velha Guarda, n.º 1, 1.º ano, semanário, Guimarães, 7 de Dezembro de 1910)

GUIMARÃES, 5

(…) a falta de jornaes de Lisboa que homtem aqui deviam chegar, como de costume no combio das 6.40 da tarde, levou-nos à desconfiança de que alguma coisa de anormal se passava no sul. Desconfiança essa que se tornou certeza quando os jornaes não vieram no ultimo comboio das 9 horas da noite e quando aqui se soube, por pessoas vindas do Porto, que o governador civil d’ahi não tinha comunicação oficiaes de Lisboa quer pelo telegrapho quer pelo telephone.
Em alguns centros de conserva discutiu-se bastante este assumpto, mas nunca prevendo-se os gravíssimos acontecimentos que aqui hoje foram conhecidos pelo relato dos jornaes do Porto. Affluindo à estação de comboio de ferro, ao comboio das 7.40 da manhã, centenas de pessoas, que arrancavam os jornaes à força das mãos dos vendedores.
Como sucedeu hontem o regimento d’infantaria 20 está hoje todo de prevenção.
Nem hontem nem hoje foi aqui recebida a correspondência de Lisboa.

(In Jornal de Noticias, n.º 236, diário, Porto, 6 de Outubro de 1910)


Proclamação da República

Como em quase todas as terras do país, em Guimarães também houve manifestações de regozijo pelos adeptos do novo regime.
Os republicanos têm sido correctos e bastante moderados nas suas manifestações, não havendo, no meio de tanto movimento, uma única nota discordante.
 A não ser vivos comentários, discussões e manifestações, nada de anormal se tem passado em Guimarães. Algumas casas religiosas têm estado policiadas, o que a nosso ver seria desnecessário, pois cremos que os vimaranenses as respeitariam, pois que todas estão no firme propósito de respeitar e fazer respeitar a lei.
No dia 8 foi solenemente proclamada a República nesta cidade. Foi içada a bandeira na Câmara Municipal, no meio de vivas à República, ao exército, à Pátria, ao povo português, etc., etc. O largo fronteiro àquele edifício achava-se repleto de povo, bem como estacionavam ali duas bandas de música e a banda regimental que fez a devida continência à bandeira. Em seguida também foi içada a bandeira no quartel de Infantaria 20, repetindo-se as manifestações de regozijo.
Alguns dias e noites percorreu as ruas da cidade uma marcha “aux flambeaux”, vendo-se á sua frente alguns conhecidos republicanos que entusiasmados soltavam vivas e empunhavam bandeiras republicanas. Em todo o percurso houve boa ordem, debandando tudo sem incidentes. Alguns edifícios particulares hastearam bandeiras e iluminaram as suas fachadas.


(In O Comércio de Guimarães, n.º 2495, 27º ano, bissemanário, Guimarães, 11 de Outubro de 1910)

JOGOS COMO A MACACA E AS PEDRINHAS ANIMAVAM A CRIANÇADA QUE BRINCAVA EM SEGURANÇA NA RUA



Os brinquedos de antigamente não eram como os de hoje. Como não havia dinheiro para os comprar, a maioria era feita pelas crianças. Faziam-se bolas e bonecas de trapos, carros de cortiça ou de arame, de caixas de atum e de fósforos...
Havia muitas brincadeiras ao ar livre: a macaca, o anel, o esconde-esconde, a apanhada, a cabra-cega, o lencinho da botica...
Brincadeiras que alegravam a criançada dessa época, mas que hoje estão quase esquecidas. 
Para jogar era preciso tão pouco! E assim se crescia enquanto se procurava um rumo e se tentava ser feliz!

sexta-feira

XAROPE FAMEL - TUDO INDICA QUE, IMPORTADO DE PARIS, O XAROPE FAMEL, ERA O MEDICAMENTO DA ÉPOCA QUE CURAVA A BRONCHITE, A ASTHMA ... O PREÇO? 800 REIS!




Xarope Famel publicitado no Comércio de Guimarães, em 29 de Novembro de 1910.











O Comércio de Guimarães, na edição de 2 de Dezembro de 1910, publicitava o xarope Famel.





A INDÚSTRIA E A AGRICULTURA NO CONCELHO DE GUIMARÃES


  Entre 1884 e 1923, no concelho de Guimarães, assiste-se a um desenvolvimento da indústria têxtil do algodão. Enquanto desaparecia a tecelagem do linho, a indústria de tecidos de malha e de algodão progrediam. 

   O aparecimento de três unidades de energia eléctrica em Ronfe, Pevidém e Lindoso, assim como vias de comunicação (caminho de ferro) muito contribuíram para o aumento da produtividade desta indústria.  
Perante esta situação, os agricultores optaram pelo cultivo dos cereais, visto ser mais lucrativo e menos trabalhoso do que a cultura do linho. No entanto, até ao princípio do século XX, alguns agricultores continuaram a cultivar e a preparar o linho para os ajudar a suportar as despesas da família.  
  Podemos ver alguns instrumentos utilizados na preparação do linho, desenhados por nós.

segunda-feira

As fotografias foram tiradas no início do século XX. Retratam familiares nossos. Podemos observar o tipo de vestuário e penteados usados na época, no meio rural e em dias especiais, como domingos, festas ou mesmo para a fotografia.



Avós da avó paterna de um dos pequenos historiadores.
Vestuário de 1910.

Nesta fotografia, podemos ver a bisavó materna com a irmã e os pais de um dos nossos pequenos historiadores. Foi tirada em Guimarães, em 1911.

quarta-feira

A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA E A PRESERVAÇÃO DA CULTURA






A Citânia de Briteiros, classificada como Monumento Nacional desde 1910, é um dos monumentos nacionais mais importantes da cultura castreja.


terça-feira

 
Dado o estado de degradação do Castelo, em 1910, foi declarado monumento nacional. Posteriormente, foi sujeito a restauro.